Instituto Pensar - Aliviada após prisão do tio agressor, menina estuprada temia que ele matasse seu avô

Aliviada após prisão do tio agressor, menina estuprada temia que ele matasse seu avô

Os brinquedos de pelúcia que acompanharam a menina de dez anos na viagem até o Recife para a realização do aborto legal. (Foto: El País)

Em casa, com familiares e amigos após passar por procedimento de abordo legal, a menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio, em São Mateus (ES), demonstrou alívio pela prisão do seu agressor. A reação da vítima foi reportada pela enfermeira Paula Viana, integrante de uma ONG feminista de Recife, que esteve acompanhando o caso da menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio.

Segundo o Estadão, a enfermeira relatou nessa quarta-feira (19) que a criança se sentiu aliviada após descobrir pelo celular que o tio foi preso.

"Ela recebeu a notícia e mostrou para a avó, que me disse que a neta estava aliviada porque pensava que, solto, ele poderia matar o avô dela”, contou Paula, que integra a organização Grupo Curumim.

A informação da prisão do agressor, ocorrida na madrugada de terça-feira (18), foi divulgada pelo governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, no Twitter. O suspeito, R. H. de J., de 33 anos, é ex-presidiário e já chegou a cumprir pena por tráfico de drogas, associação criminosa e posse ilegal de arma.

Transferida a Recife para realizar o procedimento para interromper a gravidez, a menina recebeu alta e já está em casa.

Superação

E mesmo após toda violência sexual e psicológica sofrida por anos, e campanhas extremistas contrárias à interrupção da gravidez, a menina parece estar se reencontrando com sua infância.

A enfermeira contou que a criança reagiu com alegria ao receber presentes durante sua internação. "Ela é uma menina muito calada, com um olhar muito triste, de alguém que já sofreu muito, mas a vi sorrir quando me mostrou os presentes que recebeu”, disse. "Foi muito importante para ela ter recebido aqueles presentes, porque é apenas uma criança e estava sendo tratada como uma criança”.

"Na volta, ela ainda conseguiu realizar o que disse que era o maior sonho dela: comer um sanduíche de uma rede de fast-food, já que nunca havia experimentado”, disse o médico Olímpio Barbosa de Morais Filho, diretor do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam-UPE), unidade onde ocorreu o aborto.

Responsabilização

Enquanto a criança tenta superar tantas formas de violência, extremistas conservadores continuam manifestando desacordo com a realização do aborto legal, autorizado pelo Tribunal de Justiça do espírito santo (TJES).

Ainda na quarta, uma professora da educação básica da rede estadual de São Paulo foi demitida após publicar em uma rede social mensagens dizendo que a menina de 10 anos estuprada pelo tio "tinha vida sexual há quatro anos” e que o caso não se trata de "violência”.

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Já a extremista Sara Geromini foi denunciada pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), em ação civil pública da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de São Mateus, por expôr o nome da criança e o hospital onde a vítima estava internada nas redes sociais, no domingo. As postagens da extremista, em texto e vídeo, viralizaram nos canais virtuais.

Pela conduta ilegal, o órgão pede que Geromini seja condenada a pagar indenização de R$ 1,32 milhão. A quantia será destinada ao Fundo Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente.

Com informações do Estadão e iG



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